Praia e uma onda de ciência.
O céu rasgara de lés a lés o velamento da noite, e sobre este deixara agora um manto celestino, vigoroso, baloiçado pelo compadrio de uma brisa suave. Amantes ciciavam entre si, acordando o outorgar de infindo calor e uma imersão renovada de divertimento para os Mágicos, que retornariam à praia de Moreiró. Os alunos, cheios de entusiasmo, apresentaram-se para mais um jornadear especial junto ao mar e um olhar atento a toda a beleza que os cerca, e de coração aventureiro, sempre desperto a novas heroicidades. À chegada, a imensidão daquele corpo de água salgada reluzia como se os recebesse com alegria, espelhando-se nos risos e corridas que logo tomaram conta da areia. As toalhas estenderam-se no areal e o olhar das crianças perdeu-se pelo horizonte delineado por uma beleza sempre ofegante, terna e que os encaminhava pelo desejo de alcançarem também eles a sua própria imensidão, como quem diz, o seu crescimento na procura infinita do realismo Humano – tornarem-se adultos. Entre mergulhos, jogos e corridas à beira-mar, houve espaço para a tagarelice sobre momentos já vividos com todo o regozijo nestas férias de verão. O encantamento fez-se notar em cada rosto que desenhava em seus lábios sorrisos rasgados. O mar, o vento e a areia compunham um cenário onde tudo parecia possível ser abraçado, enquanto o mundo natural se revelava em todo o seu esplendor. Para lá de tudo, o lúdico, que é almejado diariamente, também se fez representar sem pressas. Após a refeição do meio do dia, na tranquilidade das sombras, o cenário mudou, mas a Magia continuou. A professora Gisela, com o seu jeito inspirador, espalhou caixas misteriosas, e frascos curiosos abriram caminho à ciência divertida. Desta vez, os Mágicos puseram as mãos à obra, e à semelhança do doutor Frankenstein, criaram um monstro. Na verdade, e para sermos fiéis à realidade, um “Pega-Monstros”. O proceder desta atividade prendeu-se com a importância de combinar a ciência e as folias, estimulando a criatividade, o raciocínio lógico e a compreensão de conceitos científicos. Ao contruir um pega-monstros, as crianças conseguiram explorar ideias de física - movimento, força e resistência, além de desenvolverem habilidades de planeamento e resolução de problemas. Os Mágicos experimentaram conceitos científicos com as mãos, compreendendo de forma concreta aquilo que nos livros poderia parecer abstrato. Eram cientistas de verão, unindo curiosidade à descoberta, com uma naturalidade encantadora. No final do dia, os corpos reclamavam por repouso, a pele sabia a sal, os bolsos abalançavam uma mão cheia de aprendizagens memoráveis. Mas, o contentamento estava leve e desejoso de um dia mais irrepetível.
Sem comentários:
Enviar um comentário