O nosso recanto

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

FÉRIAS DE VERÃO 2024 - JOGOS NO PARQUE + JOGOS D´ÁGUA + CAMINHADA NO CORREDOR DO RIO LEÇA

Todos dias são para sempre momentos que vivemos agarrados a tudo.

Nós, ela e nós. Não largamos quem nos agarra. A sua beleza é poesia. A sua sumptuosidade é cantada pelos mais conhecidos e desconhecidos poetas. Tal como Alberto Caeiro quando a referencia majestosamente na sua obra, Guardador de Rebanhos, “Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. Mas porque a amo, e amo-a por isso, /Porque quem ama nunca sabe o que ama/ nem porque ama, nem o que é amar…” Também sugere o invento criativo a outras artes. Pintura, fotografia, desenho, escultura, música. O dia se havia erguido pelo nosso acordar.  Inspirados pelo versejar repleto de verve decidimos ser recebidos no tapete da sua verdura. Os jogos jogavam-se em grupo. Os bramidos, os rires subiam às árvores e de lá pulavam para todos os flancos. Estávamos felizes no disfrutar de cada instante, sem nunca exigir ao outro que fosse qualquer coisa que não fosse ele. Cansamo-nos. A tarde foi de rebeldia, de diversão com a água. A vida não tem bis, não se repete. O ontem está guardado na memória. Hoje, preservarmos com orgulho mais memórias de umas férias inacreditáveis. A água que soprava sobre a terra, cultivada de milho, aspersava sobre nós borrifos distanciando o calor que se fazia sentir sobre os nossos corpos, extenuados pelas mochilas penduradas na cruzeta das costas e pelo chapéu que nos enterrava com o seu peso sob um chão suado. A não pressa deixou que o tempo disponível nos proporcionasse um respirar calmo. Prontamente foi tempo de continuarmos a expedição ao longo do rio. Cada descoberta pausava o passo. Era intervalo para o deslumbrar. As borboletas com as suas cores atrativas traduziam um sentido de amor à vida infinito. As folhas obedecendo ao voar do vento movimentavam-se ciciando um ruído viandante por entre a melosa ventosidade. Já a passarada musicava melodiosos cantos. As sombras das árvores arqueavam-se para afastar do seu redor o Sol abrasante. Tudo era suficiente para fazer valer para sempre momentos como aquele. Agarrados a tudo. O dia ia desatando. Era tempo de escrevermos sobre os nossos traços físicos. Um pedaço de papel era preenchido e colocado no interior de um balão insuflado. Lançados de um lado para o outro, misturavam-se ao sabor da algazarra. Cada Mágico pegava uma das bolas insufladas fazendo-a rebentar para do seu âmago retirar o papel escrito. Havia que desvendar a quem pertencia. Risos e tentativas de identificação eram repetidas até o nome do Mágico se desvendar. Durante estes dois dias, as pessoas e o tempo encaixaram com mestria na caixinha de memórias que guardamos junto ao peito.  



































































































































































































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