Arte, memórias e labirintos.
A arte e a arquitetura sempre sustiveram a história da humanidade, e para damejarmos a beleza destas artes para lá das salas da nossa instituição, fomos proveitosos pela visita à Casa de São Roque. A sensibilidade do explorar o nosso poder interpretativo, afeiçoando-nos para o criar e o imaginar, foi transmitida pelo acesso a toda a cultura visual envolvente. Assim, como o aceitar do nosso não saber, afoitou-nos para a descoberta através da experimentação, do escutar, do observar e acima de tudo do questionar. A Casa de São Roque, também conhecida como casa Ramos Pinto, é uma casa burguesa que remonta a 1759, altura que funcionou como mansão e pavilhão de caça, como era típico nas famílias afazendadas do Porto. Não deixando por isso de ser um exemplar marcante das casas da época, pelas características arquitetónicas e decorativas onde o seu jardim de inverno se exibe como exemplar único. Toda a casa é circuitada por um vasto jardim pintado de camélias, um mirante, gruta e caramanchão. Descerrando as suas portas, fomos invitados a conhecer não só a elegantíssima arquitetura interior com os seus tetos laboriosamente concebidos por hábeis mãos, vitrais e pormenores inenarráveis, até nos radiadores, mas também pelo explorar da exposição de arte contemporânea patente atualmente. As salas luminosas e cuidadosamente preservadas acolhem obras modernas que contrastam com a envolvência clássica da casa, proporcionando um diálogo curioso entre o ontem e o presente. O pedestre calcorrear pelos jardins também fez parte da invitação. Entre árvores centenárias e pequenos recantos escondidos, o grande destaque centrou-se no labirinto de sebes, que rapidamente despertou o nosso entusiasmo. A zombaria, corridas e algumas tentativas falhadas de encontrar a saída, foi o enlevar de toda a excitação. Foi, um dia completo. Começamos com as mãos que criaram com expresso amor a figuração da prenda para o Dia da Mãe e, terminamos de alma aberta para a espiritualidade da curiosidade. Uma coerência perfeita entre a expressão pessoal, a descoberta cultural e a exultação da busca.
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